Não Faz Sentido! - Político

Preparando o terreno....

Fonte: JC

Direto pra ti Lula - Editorial da Folha - Todo poder tem limite

Editorial Folha - 26/09/2010
"Os altos índices de aprovação popular do presidente Lula não são fortuitos. Refletem o ambiente internacional favorável aos países em desenvolvimento, apesar da crise que atinge o mundo desenvolvido. Refletem, em especial, os acertos do atual chefe do Estado.
Lula teve o discernimento de manter a política econômica sensata de seu antecessor. Seu governo conduziu à retomada do crescimento e ampliou uma antes incipiente política de transferências de renda aos estratos sociais mais carentes. A desigualdade social, ainda imensa, começa a se reduzir. Ninguém lhe contesta seriamente esses méritos.
Nem por isso seu governo pode julgar-se acima de críticas. O direito de inquirir, duvidar e divergir da autoridade pública é o cerne da democracia, que não se resume apenas à preponderância da vontade da maioria.
Vai longe, aliás, o tempo em que não se respeitavam maiorias no Brasil. As eleições são livres e diretas, as apurações, confiáveis -e ninguém questiona que o vencedor toma posse e governa.
Se existe risco à vista, é de enfraquecimento do sistema de freios e contrapesos que protege as liberdades públicas e o direito ao dissenso quando se formam ondas eleitorais avassaladoras, ainda que passageiras.
Nesses períodos, é a imprensa independente quem emite o primeiro alarme, não sendo outro o motivo do nervosismo presidencial em relação a jornais e revistas nesta altura da campanha eleitoral.
Pois foi a imprensa quem revelou ao país que uma agência da Receita Federal plantada no berço político do PT, no ABC paulista, fora convertida em órgão de espionagem clandestina contra adversários.
Foi a imprensa quem mostrou que o principal gabinete do governo, a assessoria imediata de Lula e de sua candidata Dilma Rousseff, estava minado por espantosa infiltração de interesses particulares. É de calcular o grau de desleixo para com o dinheiro e os direitos do contribuinte ao longo da vasta extensão do Estado federal.
Esta Folha procura manter uma orientação de independência, pluralidade e apartidarismo editoriais, o que redunda em questionamentos incisivos durante períodos de polarização eleitoral.
Quem acompanha a trajetória do jornal sabe o quanto essa mesma orientação foi incômoda ao governo tucano. Basta lembrar que Fernando Henrique Cardoso, na entrevista em que se despediu da Presidência, acusou a Folha de haver tentado insuflar seu impeachment.
Lula e a candidata oficial têm-se limitado até aqui a vituperar a imprensa, exercendo seu próprio direito à livre expressão, embora em termos incompatíveis com a serenidade requerida no exercício do cargo que pretendem intercambiar.
Fiquem ambos advertidos, porém, de que tais bravatas somente redobram a confiança na utilidade pública do jornalismo livre. Fiquem advertidos de que tentativas de controle da imprensa serão repudiadas -e qualquer governo terá de violar cláusulas pétreas da Constituição na aventura temerária de implantá-lo".

Liberdade e Honra - Lya Luft

Fonte: Revista Veja 26/09/2010

Entrevista com Mujica - Presidente do Uruguai, bom exemplo para o PT, Dilma e vermelhos



A semente da resistência

Fonte: Revista Veja 29/09/2010

Faça como o ESTADÃO vá de JOSE SERRA para PRESIDENTE

Editorial ESTADÃO - 25 de setembro de 2010 | 17h 02
O mal a evitar
A acusação do presidente da República de que a Imprensa "se comporta como um partido político" é obviamente extensiva a este jornal. Lula, que tem o mau hábito de perder a compostura quando é contrariado, tem também todo o direito de não estar gostando da cobertura que o Estado, como quase todos os órgãos de imprensa, tem dado à escandalosa deterioração moral do governo que preside. E muito menos lhe serão agradáveis as opiniões sobre esse assunto diariamente manifestadas nesta página editorial. Mas ele está enganado. Há uma enorme diferença entre "se comportar como um partido político" e tomar partido numa disputa eleitoral em que estão em jogo valores essenciais ao aprimoramento se não à própria sobrevivência da democracia neste país.
Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.
Efetivamente, não bastasse o embuste do "nunca antes", agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder. É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir. O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.
Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa - iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique - de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana. Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.
Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia - a começar pelo Congresso. E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o "cara". Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: "Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?" Este é o mal a evitar.
Texto publicado na seção "Notas e Informações" da edição de 26/09/2010
Fonte: ESTADAO

Os segredos do lobista - “A Casa Civil virou uma roubalheira”

Personagem-chave na central de corrupção da Casa Civil, o ex-diretor dos Correios Marco Antônio de Oliveira admite que cabia a ele prospectar clientes para o esquema e que ‘era tudo uma roubalheira”. Para receber propina, ele indicava contas secretas do genro em Hong Kong
Olhando nervosamente para os lados, Marco Antônio de Oliveira, ex-diretor dos Correios e discreto lobista do grupo que tomou de assalto a Presidência da República, inclina-se na cadeira, aproxima-se do interlocutor e sentencia a meia voz:
“A Casa Civil virou uma roubalheira”
Marco Antônio é tio de Vinícius Castro, o ex-assessor da Casa Civil que, ao encontrar 200 mil reais em propina em sua gaveta na Presidência, exclamou: “Caraca! Que dinheiro é esse?”.
Embora desconhecido do grande público, trata-se de um personagem influente no governo Lula. Já foi diretor da Infraero no primeiro mandato do petista, quando a estatal reluzia no noticiário policial, e, desde 2008, ocupava a estratégica Diretoria de Operações dos Correios. Em ambos os cargos, sempre conviveu com acusações de malfeitorias.
A relativa má fama nunca foi obstáculo para que ele mantivesse uma inexplicável proximidade com a cúpula do governo Lula – proximidade que se revelava em conversas freqüentes com próceres da administração petista, como o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo.
Também eram recorrentes os encontros no apartamento funcional de Erenice Guerra, ex-ministra da Casa Civil, quando ela era braço-direito da candidata petista Dilma Rousseff.
Marco Antônio, o tio, e Vinícius Castro, o sobrinho, integram, numa rentável associação com outra família, a Guerra, a turma que, até recentemente, fazia e acontecia na Casa Civil.
Conforme revelou VEJA em suas duas últimas edições, esse grupo – cujo poder de barganha provinha da força política da agora ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra e de sua ex-chefe, Dilma Rousseff – montou uma central de negócios dentro do Palácio do Planalto, com atuação conhecida nos Correios, no BNDES, na ANAC, na Anatel e na Infraero.
Participavam também Israel Guerra, um dos filhos da ex-ministra, familiares dela e Stevan Knezevic, outro assessor da Casa Civil. Todos caíram – ou quase todos. Marcelo Moreto, um soldado-raso da turma, continua com um carguinho na Presidência.
“Essa roubalheira levou minha família à ruína”, admite Marco Antônio, em conversas gravadas com a reportagem no Rio de Janeiro e em Brasília. O lobista Marco Antônio, como se nota, é um homem amargurado, disposto, talvez, a usar as informações que dispõe para se vingar das tais pessoas que levaram sua família à ruína.
Ele guarda muitos segredos -- alguns já revelados e confirmados pelos fatos, como a participação da ex-ministra Erenice Guerra e seu filho em achaques a empresários que pretendiam ganhar contratos no governo.
Marco Antônio também é um personagem-chave para esclarecer uma grande interrogação que ainda existe desde o início do escândalo: a suspeita de que os dividendos resultantes das traficâncias da Casa Civil também abasteciam o caixa da campanha do PT.
Todos os episódios de lobby conhecidos até o momento tiveram o ex-diretor dos Correios, um confesso “prospectador de clientes”, como facilitador.
Em todos eles também surgiram versões segundo as quais parte do dinheiro captado pela família Guerra e seus sócios serviria ora para saldar “compromissos políticos”, ora “para a campanha de Dilma Rousseff”.
Ao menos foi isso o que afirmaram os empresários Fábio Baracat e Rubnei Quícoli. Baracat, em entrevista a VEJA e em depoimento à Polícia Federal na última quinta-feira, contou que pagou propina ao grupo para resolver pendências da MTA Linhas Aéreas junto a ANAC e a Infraero – e também para conseguir mais contratos dessa empresa com os Correios, sempre sob os cuidados da diretoria comandada precisamente por Marco Antônio.
Quícoli, por sua vez, ainda vai depor. Sua história embute uma acusação extremamente grave. Ele agia em favor da empresa ERDB, que contratou o grupo da Casa Civil para tentar obter um financiamento no BNDES.
Na semana passada, em entrevista a VEJA, Quícoli voltou a acusar Erenice, seu filho e o lobista Marco Antônio de exigirem 5 milhões de reais para a campanha presidencial de Dilma Rousseff e de Hélio Costa, candidato do PMDB ao governo de Minas Gerais.
Na semana passada, VEJA investigou as circunstâncias dessas tratativas – e descobriu que elas não se restringiram a um simples, isolado e despretensioso pedido de doação para campanha. Em entrevistas gravadas com os principais personagens desse episódio, a reportagem confirmou que houve reuniões sigilosas entre as partes envolvidas, viagens internacionais para tratar dos acertos e até mesmo trocas de emails com detalhes financeiros da negociata. Ou seja: foram cumpridas todas as etapas comuns a esse tipo de negociata.
O caso começa em outubro do ano passado, quando o lobista Rubnei Quícoli aproximou-se da turma de Erenice Guerra, em busca do “apoio político” para assegurar a liberação de um empréstimo no BNDES. Marco Antônio confirmou a aproximação.
Após as primeiras conversas, conta Quícoli, surgiu a fatura. As duas famílias exigiam o pagamento de 40. 000 mensais, uma taxa de sucesso e, de quebra, o tal bônus antecipado de 5 milhões de reais: “O Marco Antônio disse que tinha que entregar o dinheiro na mão da Erenice, pois ela precisava pagar umas contas da Dilma e também pretendia também ajudar o Hélio Costa”. Quícoli afirma que Marco Antonio não precisou que espécie de “contas” Dilma precisaria quitar.
Naquele momento, em meados de maio deste ano, as negociações emperraram, em razão de divergências quanto ao modo de pagamento dos 5 milhões. Primeiro, os lobistas queriam receber em dinheiro vivo – ou na conta da empresa Sinergy no Banco do Brasil. A Sinergy é uma das engrenagens financeiras da turma. Está em nome de um primo de Marco Antônio.
Temeroso de que um depósito numa pequena firma de consultoria fosse chamar demasiada atenção, Quícoli pediu uma alternativa. Marco Antonio ofereceu uma opção mais discreta: a propina deveria ser depositada diretamente em contas no exterior – e indicou duas em Hong Kong, ambas pertencentes ao empresário Roberto Ribeiro.
Dono de uma locadora de carros e de uma fábrica de cigarros, Roberto Ribeiro é genro do lobista Marco Antônio e mora em Miami, nos Estados Unidos. Para convencer Quícoli de que a transação era segura, Marco Antônio fez o genro vir ao Brasil.
Os três reuniram-se no hotel Intercontinental da Alameda Santos, em São Paulo, na tarde do último dia 12 de junho, um sábado. Em uma hora e meia de negociação, Marco Antônio e o genro acalmaram Quícoli: “Eles tentaram me convencer de que não haveria problema em usar aquelas contas”.
Procurado por VEJA, o empresário Roberto Ribeiro confirmou que veio ao Brasil e se encontrou no hotel com o sogro e o lobista Quícoli. Mas apresentou uma versão para lá de estranha: “Quícoli me foi apresentado pelo Marco Antonio. Ele disse que Quícoli possuía dinheiro no exterior e poderia investir nas minhas empresas. Nada se falou sobre dinheiro de campanha”.
E por que diabos ele enviara os dados das contas antes mesmo do encontro? “Quícoli disse que tinha dinheiro em contas na Ásia, e que precisava me pagar por lá. As contas pertencem a parceiros comerciais meus”.
Fica evidente, portanto, que alguém está mentindo. Ou as contas seriam efetivamente o canal para o pagamento da propina, como acusa o lobista Quícoli, ou serviriam para uma transação sem qualquer nexo financeiro. Todas as evidências convergem para a primeira alternativa.
O pagamento, aparentemente, acabou não sendo feito – e ninguém apresenta explicações razoáveis para isso. Quícoli se limita a afirmar que “não quis pagar propina”, mas assegura: “Marco Antônio disse que era só depositar o dinheiro que tudo daria certo”.
Marco Antônio, é claro, diz que nem cobrou. Ao fim, seria mais um caso de negociata que não deu certo? É cedo para saber. Quícoli está longe de ser um sujeito probo – já foi condenado por receptação de moeda falsa e por ocultar carga roubada.
Todos os elementos que ele apresentou até o momento, porém, confirmaram-se. Frise-se também que ainda não se sabe se o lobista Marco Antônio usava o nome de Dilma e de Erenice com o consentimento delas. Ambas negam.
Reconheça-se que existe a hipótese de que ele tenha vendido o nome delas para fazer negócios próprios. Caberá às autoridades averiguar isso.
É inegável, contudo, que o ex-diretor dos Correios detinha estatura política e proximidade com o governo para fazer esse tipo de pedido heterodoxo sem se passar por louco.
Além dos importantes cargos que ocupou, Marco Antônio era de tal modo próximo à Presidência que, logo após deixar os Correios, em maio deste ano, foi levado pelo ministro Paulo Bernardo ao Palácio da Alvorada, para conversar com o presidente Lula. No encontro, segundo Marco Antônio, Lula discutiu a possibilidade de que o leal funcionário viesse a ocupar a presidência da Infraero num possível governo Dilma.
A candidata, aliás, pediu a ele que, informalmente, fizesse estudos para acompanhar a viabilidade do projeto do trem-bala. Erenice é amiga da esposa do ex-diretor, a ponto de visitá-la frequentemente.
À PF, Marco Antonio também pode fornecer preciosas pistas sobre a compra do remédio Tamiflu. Conforme revelou VEJA na semana passada, Vinícius Castro admitiu ter recebido 200 mil reais de propina, dentro da Presidência, em razão dos contratos fechados pelo governo sem licitação com o laboratório Roche, que fabrica o remédio.
Vinícius narrou ao tio que a malfeitoria estava na quantidade de Tamiflu que o governo adquiriu. Diz Marco Antônio: “Compraram Tamiflu demais. Ninguém compra milhões em remédio sem contrapartida. Houve rolo. O Vinícius me contou: ‘Eu vi ‘A’ recebendo, ‘B’ recebendo, ‘C’ recebendo”. Ele viu a distribuição, um entregando envelope para o outro”.
Para quem ainda se assombra com desfaçatez, o ex-diretor dos Correios explica o sentido do ato: “É preciso entender como funciona corrupção em repartição pública. Se o camarada que está perto de você recebe, você tem que receber também. Essa é a regra”.
Segundo o tio, Vinícius cedeu gostosamente à chantagem, embora tenha manifestado alguma preocupação. “Uma vez o Vinícius veio me pedir conselhos, temendo que a compra do Tamiflu desse problema. Descobri depois que esse dinheiro do Tamiflu foi operado pelo marido da Erenice (o engenheiro José Roberto Camargo Campos). Lá atrás eu alertei o Vinícius que esse Tamiflu iria dar m... Disse a ele: ‘É melhor você sair desse assunto’”, afirma o ex-diretor.
Na semana passada, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, indicado pelo PMDB, negou saber de qualquer irregularidade, cuja possibilidade de ocorrer, segundo ele, seria nula, pois o Tamiflu é o único medicamento disponível no mundo para o tratamento da gripe suína. Sendo assim, não haveria brechas para interessados em fazer lobby. A compra se daria de qualquer maneira.
Caberá ao lobista Marco Antonio esclarecer os limites do que qualifica de “roubalheira”, seja a da Casa Civil, a da família Guerra ou algum elo comum entre elas.

A imprensa no pós-Lula

O presidente Lula interrompeu a sucessão de pesados ataques aos meios de comunicação. Não que tenha mudado a sua peculiar visão do que seja a liberdade de imprensa - para ele, sinônimo de "informar corretamente", deixando implícito que se considera juiz, como governante, não como leitor, do que possa ser informação correta e o seu oposto. Mas mudou de tom. Numa longa entrevista ao portal Terra, divulgada na quinta-feira, Lula trocou a agressão pela crítica civilizada. Refutou as acusações de autoritarismo que se seguiram aos seus canhonaços e disse duvidar que exista um país com mais liberdade de comunicação do que o Brasil, "da parte do governo".
Esquece-se convenientemente de que o Planalto patrocinou em 2004 o projeto do Conselho Federal de Jornalismo que pretendia "orientar, fiscalizar e disciplinar" a atividade de informar. Diante da vigorosa reação da sociedade, o governo deixou a proposta morrer. De todo modo, a imprensa brasileira é hoje tão livre como era no primeiro dia de Lula presidente. Quando não é, como no caso da censura prévia imposta a este jornal, o problema se origina no Judiciário. A questão suscitada por algumas das afirmações de Lula na mencionada entrevista diz respeito ao futuro, dependendo de quem der as cartas nesse jogo, na hipótese de eleição da candidata Dilma Rousseff.
Disse o presidente que "duas ou três famílias são donas dos canais de televisão, e as mesmas são donas das rádios e donas dos jornais". (Nem por isso ele exprime desconforto com o fato de que o patriarca de uma dessas famílias é o seu dileto aliado José Sarney.) Disse também, embora não tivesse empregado o termo, que a propriedade cruzada dos meios de comunicação terá de ser revista no próximo governo, ou nos próximos governos, quando o Congresso deverá inexoravelmente estabelecer um novo marco regulatório do setor de telecomunicações. "Discutir isso", ressaltou, "é uma necessidade da nação brasileira." De pleno acordo. Não é de hoje que o Estado critica a concentração da propriedade na mídia e as facilidades para que um punhado de grupos econômicos controle, numa mesma praça, emissoras e publicações.
Ocorre que a exortação de Lula não pode ser dissociada das investidas petistas contra a autonomia da produção jornalística. Em circunstâncias normais, a preocupação manifestada pelo presidente seria salutar e merecedora de apoio. Mas ela pode ser tudo menos isso. É como na Argentina. Há pouco tempo, o governo da presidente Cristina Kirchner fez o Congresso aprovar uma Lei de Meios, a qual, tomada pelo valor de face, se destinaria a coibir a formação de conglomerados de comunicação, abrangendo, além das modalidades tradicionais, serviços de internet, TV a cabo e telefonia. Mas, ao dotar o governo de amplos poderes para intervir no setor, esse marco regulatório tem o claro propósito de dar à Casa Rosada poder para premiar a imprensa complacente e asfixiar aquela que ainda não desertou de suas funções de fiscalização e crítica
Imaginem-se, portanto, os riscos de que um Congresso dominado pela coalizão lulista - e sob pressão dos "movimentos populares" atrelados ao PT - venha a impor uma legislação semelhante à do país vizinho, com o mesmo fim. Não se trata de fantasia. O ambiente para tal vem sendo laboriosamente construído pelos garroteadores em potencial da mídia. Entre um golpe de borduna e outro do presidente, por exemplo, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, cujas ambições partidárias no pós-Lula são amplamente conhecidas, aparece falando em "abuso do poder de informar" - uma óbvia senha para a companheirada. Seria o cúmulo da ingenuidade não ligar os pontos dessa urdidura.
O único dado alentador, no momento, foram as declarações de Dilma em defesa da liberdade de imprensa. A candidata não só tornou a repetir a boutade de que o único controle social da mídia que aprova é o controle remoto do televisor, como prometeu que, se eleita, não tentará impedir que a imprensa fale dela o que bem entender. "No máximo", antecipou, "vou dizer: está errado, por isso, por isso e por isso." É esperar que a sua posição prevaleça, se ela for a próxima presidente - que esperamos que não aconteça.

Para investidor, oferta de ações da Petrobrás foi ‘abominável’

Mobius, do Templeton, diz que houve grande desrespeito ao minoritário; associação teme repetição de processo em outras estatais
RIO - Os temores dos minoritários com relação à capitalização da Petrobrás foram confirmados na sexta-feira: o governo ampliou sua fatia na empresa, os pequenos investidores foram diluídos, e o lançamento das ações teve forte tom eleitoral. O gestor Mark Mobius, que dirige o fundo Templeton Asset Management, classificou o processo como abominável, com grande desrespeito ao minoritário.
Para o superintendente da Associação dos Investidores em Mercados de Capitais (Amec), Edison Garcia, o principal risco, agora, é que o modelo adotado com a Petrobrás se repita em outras estatais. A Amec protesta contra "inconsistências jurídicas" e problemas relacionados à governança corporativa durante a elaboração do lançamento de novas ações da Petrobrás.
"O processo inteiro é abominável e uma terrível violação dos direitos dos acionistas", comentou Mobius, que gere fundos de investimentos de US$ 34 bilhões, em entrevista à Bloomberg. "A própria ideia de o governo não usar dinheiro e estabelecer um preço questionável para as reservas (da cessão onerosa) é injusto", argumentou o investidor.
A questão do preço das reservas é uma das "inconsistências" observadas por Garcia no processo, assim como a transferência do poder decisório para o conselho de administração da companhia. "Muitas das principais questões deveriam ter sido discutidas pelos minoritários", comentou o superintendente da Amec. Ele diz, no entanto, que a entidade não vai contestar judicialmente o resultado.
"Isso é decisão de cada investidor", afirmou, destacando que a preocupação da entidade recai agora sobre as consequências da capitalização. "Teremos que ver os efeitos desse processo para o futuro do mercado de ações brasileiro, em termos de credibilidade, de governança corporativa", disse. "O sucesso da capitalização sinaliza que o governo pode repetir o modelo com outras companhias."
Ainda não há informações definitivas sobre a nova composição acionária da companhia, mas a expectativa é de diluição dos minoritários, uma vez que o governo anunciou um aumento de sua fatia para 48%, com a participação de instituições federais como o BNDES e o Fundo Soberano do Brasil. "A pergunta é: quem são os compradores?", questionou Mobius, levantando dúvidas sobre as notícias a respeito de grande demanda por investidores privados.
Embora considere que a fatia do governo ficou abaixo do esperado, o consultor Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-Estrutura (CBIE), disse que as motivações políticas do governo prejudicaram a participação do investidor privado. "Só o fato de Lula ter ido hoje à Bolsa, vestindo jaleco e tal, demonstra a politização do processo. Se o governo tivesse colocado menos dinheiro na capitalização, a Petrobrás poderia ter atraído mais investidores", comentou.
Mesmo assim, ele diz que o governo e a Petrobrás são os principais vitoriosos na ação: o governo, por ter aumentado em 9% sua participação na empresa; e a estatal, por ter conseguido alavancar sua dívida. "Só os minoritários é que saem um pouco frustrados porque não conseguiram comprar mais", disse.
"Conheço muitas pessoas que tiveram que se endividar para tentar acompanhar a oferta", acrescenta o empresário baiano Romano Allegro, que entregou à Petrobrás um manifesto contra o tamanho da capitalização em uma das primeiras assembleias de acionistas sobre o tema, ainda em abril.
"O sucesso da oferta é bom para o País, vai garantir mais destaque para o Brasil no exterior. Mas para os minoritários foi um esforço sobre-humano", comentou o investidor.

Estrangeiro já tem mais de 10% da dívida do País

Em agosto, não residentes detinham R$ 150 bilhões em papéis da dívida; porcentual subiu de 9,54% em julho para 10,06%
Pela primeira vez na história, a participação de investidores estrangeiros na dívida interna em títulos superou a marca dos 10%.
Segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, investidores não residentes no Brasil detinham em agosto mais de R$ 150 bilhões em papéis da Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que encerrou o mês passado em R$ 1,524 trilhão, com alta de 1% sobre o mês anterior. Os estrangeiros, que em julho detinham uma parcela de 9,54% da dívida, em agosto estavam com 10,06%.
Há um ano, quando a crise já começava a ficar no retrovisor, o estoque em mãos de estrangeiros era de 6,36%. O Tesouro acompanha e divulga a posição dos não residentes na dívida desde 2006, ano em que foi retirada a cobrança de imposto de renda para estimular as aplicações desses investidores em papéis da dívida interna.
Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, setembro mostra continuação na tendência de aumento da presença estrangeira na dívida interna. A expectativa, disse ele, é de que essa parcela siga com um "crescimento gradual". Garrido afirmou que não há meta para esse indicador, mas destaca que, ao se comparar com outros países, há espaço para a continuidade dessa expansão. No México, a parcela de estrangeiros na dívida interna é superior a 15% e nos países do Leste Europeu, acima de 20%.
Fatores. O aumento da presença estrangeira nos papéis do governo vendidos no mercado interno reflete a combinação de diversos fatores. Um deles é a taxa básica de juros, que está entre as maiores do mundo. Isso é reforçado em um ambiente em que os países centrais operam com taxas próximas ou igual a zero, o que leva a uma grande oferta de dinheiro à procura de rentabilidade maior.
Além disso, o Brasil tem se tornado um dos locais prediletos dos investidores internacionais por conta da perspectiva de crescimento econômico com inflação sob controle e baixo risco de calote do governo.
Fernando Garrido avaliou que, depois que o Brasil obteve o grau de investimento pelas agências de classificação de risco, melhorou o perfil dos investidores que estão aplicando seus recursos na dívida interna brasileira.
Aplicando na dívida brasileira, há fundos de pensão dos Estados Unidos e da Europa, seguradoras, administradoras de fundos, investidores asiáticos, de varejo, fundos soberanos do Oriente Médio e da Ásia.
Garrido disse que as aplicações dos estrangeiros na dívida só trouxeram benefícios para o País, pois contribuíram para a redução do custo do Tesouro e alongamento da dívida. A presença desses investidores aumenta a demanda e contribui para pressionar para baixo a taxa de juros paga pelo Tesouro para quem comprar o papel.
Demanda. Além da maior presença estrangeira, agosto foi marcado pela maior venda de títulos públicos desde julho de 2007. Foram R$ 43,12 bilhões emitidos no mês, sendo a maior parte - R$ 29 bilhões - de prefixados. Segundo Garrido, o fim do ciclo de alta dos juros pelo Banco Central elevou a demanda por prefixados em agosto e também a uma redução nas taxas de juros dos títulos. Por exemplo: a NTN-F com vencimento em 2021, que em 29 de julho foi vendida com taxa de 12,2% ao ano, em 26 de agosto saiu a 11,28% ao ano. "A queda nas taxas se deve à demanda maior e à expectativa do fim de alta da Selic", disse o técnico, explicando que, com o fim do ciclo de alta, a tendência que passa a ser vislumbrada pelo mercado é de queda futura na Selic. Em setembro, com o mercado já mais ajustado com as expectativas em torno da política monetária, a demanda por títulos públicos se reduziu, bem como a oferta desses papéis. A taxa pedida pelo mercado para comprar títulos também aumentou.

LULA É BONITO

Fonte: EXTRA

O DESMANCHE DA DEMOCRACIA

EDITORIAL - O ESTADO DE S. PAULO - 23/9/2010
A escalada de ataques furiosos do presidente Lula contra a imprensa - três em cinco dias - é mais do que uma tentativa de desqualificar a sequência de revelações das maracutaias da família e respectivas corriolas da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra. É claro que o que move o inventor da sua candidata à sucessão, Dilma Rousseff, é o medo de que a sequência de denúncias - todas elas com foros de verdade, tanto que já provocaram quatro demissões na Pasta, entre elas a da própria Erenice - impeça, na 25.ª hora, a eleição de Dilma no primeiro turno. Isso contará como uma derrota para o seu mentor e poderá redefinir os termos da disputa entre a petista e o tucano José Serra.
Mas as investidas de Lula não são um raio em céu azul. Desde o escândalo do mensalão, em 2005, ele invariavelmente acusa a imprensa de difundir calúnias e infâmias contra ele e a patota toda vez que estampa evidências contundentes de corrupção e baixarias eleitorais no seu governo. A diferença é que, agora, o destampatório representa mais uma etapa da marcha para a desfiguração da instituição sob a sua guarda, com a consequente erosão das bases da ordem democrática. A apropriação deslavada dos recursos de poder do Executivo federal para fins eleitorais, a imersão total de Lula na campanha de sua afilhada e a demonização feroz dos críticos e adversários chegaram a níveis alarmantes.
A candidatura oposicionista relutou em arrostar o presidente em pessoa por seus desmandos, na crença de que isso representaria um suicídio eleitoral - como se, ao poupá-lo, o confronto com Dilma se tornaria menos íngreme. Isso, adensando a atmosfera de impunidade política ao seu redor, apenas animou Lula a fazer mais do mesmo, dando o exemplo para os seguidores. As invectivas contra a imprensa, por exemplo, foram a senha para o PT e os seus confederados, como a CUT, a UNE e o MST, promoverem hoje em São Paulo um "ato contra o golpismo midiático". É como classificam, cinicamente, a divulgação dos casos de negociatas, cobrança e recebimento de propinas no núcleo central do governo.
Sobre isso, nenhuma palavra - a não ser o termo "inventar", usado por Lula no seu mais recente bote contra a liberdade de imprensa que, com o habitual cinismo, ele diz considerar "sagrada". O lulismo promove a execração da mídia porque ela se recusa a tornar-se afônica e, nessa medida, talvez faça diferença nas urnas de 3 de outubro, dada a gravidade dos escândalos expostos. Sintoma da hegemonia do peleguismo nas relações entre o poder e as entidades de representação classista, o lugar escolhido para o esperado pogrom verbal da imprensa foi o Sindicato dos Jornalistas. O seu presidente, José Camargo, se faz de inocente ao dizer que apenas cedeu espaço "para um debate sobre a cobertura dos grandes veículos".
Mas a tal ponto avançou o rolo compressor do liberticídio que diversos setores da sociedade resolveram se unir para dizer "alto lá". Intelectuais, juristas, profissionais liberais, artistas, empresários e líderes comunitários - todos eles figuras de projeção - lançaram ontem em São Paulo um "manifesto em defesa da democracia", que poderá ser o embrião de um movimento da cidadania contra o desmanche da democracia brasileira comandado por um presidente da República que acha que é tudo - até a opinião pública - e que tudo pode.
Um movimento dessa natureza não será correia de transmissão de um partido nem estará atado ao ciclo eleitoral. Trata-se de reconstruir os limites do poder presidencial, escandalosamente transgredidos nos últimos anos, e os controles sobre as ações dos agentes públicos. "É intolerável", afirma o manifesto, "assistir ao uso de órgãos do Estado como extensão de um partido político, máquina de violação de sigilos e de agressão a direitos individuais." "É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa mais nem mesmo em fingir honestidade." O texto evoca valores políticos que, do alto de sua popularidade, Lula lança ao lixo, como se, dispensado de responder por seus atos, governasse num vácuo ético.

O SUCESSO DO MODELO DA TELEFONIA

EDITORIAL - O GLOBO - 23/9/2010
O número de telefones celulares habilitados deve ultrapassar este ano o da população brasileira. Segundo levantamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em agosto último havia no país 189,4 milhões de telefones móveis, uma proporção (97,96%) de quase um aparelho por habitante.
Como 84% dos brasileiros vivem hoje em áreas urbanas, e mais de 70% em cidades médias e grandes, a telefonia móvel se transformou no principal canal de comunicação de jovens e adultos. Seja por chamadas de voz, mensagens de texto ou acesso à internet, os brasileiros usam hoje o celular tão rotineiramente que não aceitam mais um serviço de qualidade apenas sofrível. A cobertura deve ser a maior possível e a queda do sinal causa irritação ao usuário. Isso seria impensável anos atrás, antes de se adotar um modelo de competição no setor de telecomunicações. As operadoras disputam cliente por cliente, e o resultado é que há participação equilibrada das principais no mercado (a empresa líder detém uma fatia de 30% e a que está em quarto lugar, 20%).
No antigo modelo de monopólio estatal, a telefonia celular era um luxo. E mesmo a telefonia fixa não estava disponível na maior parte do Brasil. Com a privatização, concessionárias e operadoras autorizadas tiveram de cumprir programas de investimento para universalizar o serviço. O avanço tecnológico do setor criou novos desafios, entre os quais o acesso à internet em alta velocidade. A agência reguladora também estuda a possibilidade de as operadoras oferecerem linhas fixas com a cobrança de assinaturas que mesmo famílias de renda muito baixa possam pagar.
Ao transferir para várias empresas a responsabilidade por conduzir os investimentos em telecomunicações, o governo foi liberado para atuar em programas sociais específicos apoiando-se nessa infraestrutura. No fim deste ano, com apoio das operadoras, provavelmente as 70 mil escolas públicas do país terão laboratórios de informática conectados à internet. E a proposta de dotar esse sistema público de um computador por aluno será factível em prazo relativamente curto. O resultado prático de iniciativas como essa tem sido fantástico. A evasão escolar em escolas onde o computador está presente em todas as salas de aula diminuiu para menos de 1%, enquanto nas demais tal índice pode chegar a 26%.
A experiência brasileira no setor de telecomunicações deveria servir de alerta quando o governo tem recaídas estatizantes e monopolistas, como está acontecendo, por exemplo, nas mudanças pretendidas para exploração de futuros campos de petróleo na camada do pré-sal. Ou mesmo com o plano para instalação de banda larga supostamente em municípios do interior.
O mercado certamente não é uma panaceia, capaz de resolver qualquer tipo de problema. Para funcionar bem, como um poderoso instrumento em condições de atender os anseios de consumo da população, o mercado às vezes precisa de regulação do Estado. Esse modelo foi a razão do sucesso das telecomunicações no Brasil. Querer voltar a um passado de ineficiência e mau atendimento à população só se justifica devido ao fundamentalismo ideológico.

Brasileiros se unem contra golpe fascista de Lula para favorecer Dilma Rousseff

22.09.2010 - 3:51am | Seção: Política
Ditadura não
Depois do discurso fascista em que afirmou que alguns setores da imprensa se comportam como partidos políticos, apenas porque exercem a tarefa de vigiar o governo e a ele fazer oposição quando necessário, Luiz Inácio da Silva determinou aos seus comandados a reverberação de sua insana fala. Por conta da tal ordem, os aduladores do messiânico Lula programaram um ato de protesto contra a imprensa para quinta-feira (23), no auditório do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, um braço do Partido dos Trabalhadores.
Para justificar mais um ato de tirania desmedida do governo Lula, o Partido dos Trabalhadores, que anunciou o evento em seu sítio eletrônico, afirma que “na reta final da eleição, a campanha presidencial no Brasil enveredou por um caminho perigoso. Não se discutem mais os reais problemas do Brasil, nem os programas dos candidatos para desenvolver o País e para garantir maior justiça social. Incitada pela velha mídia, o que se nota é uma onda de baixarias, de denúncias sem provas, que insiste na ‘presunção da culpa’, numa afronta à Constituição que fixa a ‘presunção da inocência”.
Para os petistas que arquitetaram o golpe que está sendo consumado lentamente, “os boatos que circulam nas redações e nos bastidores das campanhas são preocupantes e indicam que o jogo sujo vai ganhar ainda mais peso. Conduzida pela velha mídia, que nos últimos anos se transformou em autêntico partido político conservador, essa ofensiva antidemocrática precisa ser barrada. No comando da ofensiva estão grupos de comunicação que - pelo apoio ao golpe de 64 e à ditadura militar - já mostraram seu desapreço pela democracia”.
No início de 2003, quando Lula ainda identificava as entranhas do Palácio do Planalto, o editor do ucho.info alertou os leitores para o perigo de um processo de “cubanização” do País que se iniciava naquele momento. Muitos foram os que, embalados pela euforia da chegada de um operário ao poder, acusaram-nos de irresponsáveis e oportunistas. Não se trata de assumir a porção de profeta do apocalipse, mas a prova dos fatos aí está para ser conferida. Quando Dilma Rousseff, no último sábado (18), fez duras críticas ao jornal “Folha de S. Paulo”, que publicou o que a candidata não teve vontade de ler, estava claro que algo estava sendo armado.


Para contrapor esse ato verdadeiramente golpista, diversos notáveis decidiram lançar nesta quarta-feira (22), durante ato público em São Paulo, manifesto em defesa da democracia, da liberdade de imprensa e de expressão, do regime democrático e dos direitos individuais. Apartidário, o evento, que tem como objetivo “brecar a marcha para o autoritarismo”, acontecerá ao meio-dia desta quarta, na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, no centro da capital paulista.
Entre os que assinaram o manifesto em defesa da democracia estão Hélio Bicudo, Dom Paulo Evaristo Arns, Carlos Velloso, René Ariel Dotti, Therezinha de Jesus Zerbini, Celso Lafer, Adilson Dallari, Miguel Reali Jr., Ricardo Dalla, José Carlos Dias, Maílson da Nóbrega, Ferreira Gullar, Carlos Vereza, Zelito Viana, Everardo Maciel, Marco Antonio Villa, Haroldo Costa, Terezinha Sodré, Mauro Mendonça, Rosamaria Murtinho, Marta Grostein, Marcelo Cerqueira, Boris Fausto, José Alvaro Moisés, Leôncio Martins Rodrigues, José A. Gianotti, Lurdes Solla, Gilda Portugal Gouvea, Regina Meyer, Jorge Hilário Gouvea Vieira, Omar Carneiro da Cunha, Rodrigo Paulo de Pádua Lopes, Leonel Kaz, Jacob Kligerman, Ana Maria Tornaghi, Alice Tamborindeguy, Tereza Mascarenhas, Carlos Leal, Maristela Kubitschek, Verônica Nieckele, Cláudio Botelho, Jorge Ramos, Fábio Cuiabano, Luiz Alberto Py, Gabriela Camarão, Romeu Cortes, Maria Amélia de Andrade Pinto, Geraldo Guimarães, Martha Maria Kubitschek, Gilza Maria Villela, Mary Costa, Silvia Maria Melo Franco Cristóvão, Glória de Castro, Risoleta Medrado Cruz, Gracinda Garcez, Josier Vilar, Jussarah Kubitschek, Luiz Eduardo da Costa Carvalho e Tereza Maria de Britto Pereira.
Fonte: UCHO.INFO

Ilusões

23.09.2010 - 3:11am | Seção: Destaque | Roberto Romano da Silva
O mantra repetido por boa parte da mídia nacional, sob comando teleguiado dos marqueteiros a serviço do governo, é que tudo vai bem no país. As instituições democráticas seriam sólidas, a economia iria bem e o povo sentir-se-ia feliz, consumindo como nunca. Alguns propagandistas, sob a pele da ciência política, falam em “racionalidade” econômica da “nova classe média”. Num salto mortal os mesmos profetas proclamam a racionalidade política da mesma “classe”. Tal setor, por harmonia pré-estabelecida aprovaria, de modo voluntário, o atual presidente. E votaria na sua candidata apenas por simpatia ou gratidão. Tudo ocorreria de maneira automática, como se uma premissa levasse a outra. A propaganda nada teria a ver com o assunto, ou pouco seria devido às mágicas de João Santana e demais técnicos da persuasão. Passa batido o fato de que há oito anos o governo faz apenas propaganda, pouco mais. Vai bem a democracia na qual o presidente, em vez de investigar e punir auxiliares, ataca a imprensa que denuncia os crimes cometidos no próprio Palácio do Planalto? “A felicidade é uma gota, de orvalho numa pétala de flor, brilha tranqüila, depois de leve oscila, e cai como uma lágrima de amor”.
Vai bem a economia que na pauta de exportações pode perder US$ 27 bilhões (aproximadamente R$ 48 bilhões) ? Segundo estudo da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), com a queda nas vendas ao exterior de produtos industrializados (eles tem maior valor agregado e independem do vaivém das cotações) como é o caso das matérias-primas, ocorre uma diferença entre o que poderia ser exportado até o fim do ano (não fossem o real valorizado, as deficiências estruturais e o custo Brasil) e o que o país embarcou em 2008. Para o mesmo estudo, o valor bastaria para cobrir 56% do déficit em conta corrente previsto pelo mercado para 2010, de US$ 48 bilhões. A queda do saldo comercial é um dos principais motivos para o rombo nas contas externas, deixando o país mais dependente de capitais de curto prazo. A participação dos manufaturados sofre queda progressiva nas exportações brasileiras. Em 2000, bens industrializados eram 58,91% de tudo o que se enviava ao exterior, contra 22,79% de produtos básicos. Em 2010, até junho, os produtos de maior valor agregado foram 40,52% do total, contra 43,38% dos básicos. A última vez que o Brasil exportou mais produtos básicos do que manufaturados foi em 1978. À época, a participação das commodities (matérias-primas, como minério de ferro, soja etc.) na pauta era de 47,2%, contra 40,2% dos manufaturados. (Para as informações iniciais, cf. O Globo, 07/08/2010).
Vai bem uma democracia na qual o projeto que regulamenta o lobby está engavetado no Congresso Nacional, no exato instante em que filhos da ministra chefe da Casa Civil, o posto mais próximo da Presidência, do Congresso e do Judiciário, negociam vantagens em favor de grupos privados? O povo está feliz? Perguntem aos que são assaltados, aos que não têm hospitais nem saneamento básico, aos 65 % de analfabetos funcionais do Brasil, se eles estão mesmo felizes. São felizes ou estão sentindo que devem ser felizes, segundo as manipulações da propaganda governamental? Adrenalina em altas doses é veiculada pelos palácios, como na era Vargas, com o Dipe, e na ditadura com o “Prá frente Brasil”. “A felicidade é uma pluma, que o vento vai levando pelo ar, voa tão leve, mas tem a vida breve, precisa que haja vento sem parar”.
A democracia vai bem se o presidente, que deveria ser o Supremo Magistrado, berra em comícios ser preciso extirpar os que “são do contra”? Só faltaram os chaleiras entoarem o hino dos tempos em que mandava o General Médici: “Eu te amo, meu Brasil, eu te amo…”. E para terminar, “Brasil, ame-o ou deixe-o”. O governo Lula será lembrado pela felicidade opiácea que injetou na população. “A felicidade do pobre parece, a grande ilusão do carnaval. A gente trabalha um ano inteiro, por um momento de sonho, prá fazer a fantasia, de rei ou de pirata ou de marinheira, prá tudo se acabar na quarta-feira”. Boa ressaca, Brasil.
Fonte: UCHO.INFO

Pesquisa eleitoral provoca apreensão no PT e explica oscilação do humor de Lula

23.09.2010 - 2:10am | Seção: Política
Números não mentem
O destempero comportamental de Lula da Silva e os goles extras a que o presidente tem se entregado ultimamente, conforme revelou uma fonte do ucho.info bem instalada no Palácio do Planalto, podem ser explicados pelos números da última pesquisa Datafolha, divulgada na noite de quarta-feira (22). De acordo com o instituto, a petista Dilma Rousseff perdeu dois pontos percentuais e caiu de 51% para 49%. O tucano José Serra, que na pesquisa anterior tinha 27% das intenções de voto, subiu um ponto e agora tem 28%. Presidenciável do Partido Verde, Marina Silva registrou 13%, contra 11% do levantamento anterior.
A preocupação maior do presidente-metalúrgico e do staff de campanha de Dilma explica-se pela vantagem da candidata do PT em relação à soma dos percentuais dos outros candidatos, que caiu de 12% para 7% em apenas uma semana. De acordo com a pesquisa Datafolha, os adversários somam 42% de intenção de voto, contra 49% de Dilma Rousseff. Mesmo com os números atuais, Dilma venceria a eleição ainda no primeiro turno se a eleição fosse hoje.
Como na reta final da campanha a artilharia contra o líder nas pesquisas é normalmente intensificada, o PT palaciano está preocupado com razão. Considerando que Lula da Silva conseguiu a proeza de capitanear o governo mais corrupto da história política brasileira, o medo de que algo aconteça fora do script deve estar muito maior do que imaginam os incautos. Por isso, os brasileiros devem estar preparados para suportar nos próximos dias o messianismo de alguém que é pago pelo povo para ser presidente, mas brinca de ser cabo eleitoral de companheiros e aliados.
Fonte: UCHO.INFO

Golpe de Lula contra a imprensa e a liberdade de expressão é um tiro no pé

23.09.2010 - 2:36am | Seção: Política
Projeto em marcha
O destempero de humor que o presidente Luiz Inácio da Silva exalou nos últimos dias deve aumentar consideravelmente nas próximas horas, não sem antes se transformar em preocupação profunda. Tudo porque o ato contra a imprensa e a liberdade de expressão, marcado para esta quinta-feira (23) no Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, tem todos os ingredientes para repercutir negativamente na campanha da neopetista Dilma Rousseff, repetindo o estrago provocado pelo escândalo que culminou com a demissão de Erenice Guerra, então ministra da Casa Civil. O que Lula e seus companheiros tentam erroneamente passar à opinião pública é que a imprensa brasileira está unida contra a candidata palaciana, quando a verdade é diametralmente oposta. O que a imprensa tem feito é o papel que lhe cabe em uma democracia: vigiar os governantes e denunciar transgressões de todos os matizes. A tentativa do Partido dos Trabalhadores de calar a imprensa, como vem sinalizando desde a eclosão dos recentes escândalos, é um atentado contra o Estado Democrático de Direito, além de rasgar a história de luta contra o totalitarismo que se alastrou pelo país durante a ditadura militar. Por ocasião das “Diretas Já”, movimento das oposições pelo fim do bisonho Colégio Eleitoral, a imprensa foi decisiva e mereceu loas inclusive dos petistas. Quando estava na oposição, o PT se valeu dos veículos midiáticos para divulgar sua ideologia, especialmente após derrotas eleitorais. Foi assim quando Lula da Silva perdeu as disputas presidenciais e na sequência criou os utópicos governos paralelos. E lá estava a imprensa para registrar o palavrório petista. Situação que se repetiu com a enfadonha caravana da cidadania.
Quando Fernando Collor de Mello, agora aliado do governo Lula, inaugurou seu calvário político, o PT contou com a imprensa para apear do cargo o presidente que durante a campanha prometeu caçar os marajás. E os veículos de comunicação foram decisivos ao espalhar pelo país imagens e notícias sobre o movimento que ficou conhecido como “Caras Pintadas”. O sucesso da operação levou ao êxtase a esquerda verde-loura, que endeusou jornalistas e donos de jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão.
Na opinião dos que agora tentam transformar o Brasil em uma versão continental de Cuba, a imprensa agiu corretamente ao ser implacável com Paulo Salim Maluf, cuja biografia fala por si só. E os petistas aplaudiram a imprensa, porque à época o pensamento reinante era que a mídia deveria, sim, denunciar as transgressões dos governantes.
Quando a tese da reeleição passou a circular nos meios políticos, os petistas, liderados por Lula da Silva, utilizaram a mídia para criticar com veemência o que eles classificaram como golpe.
No caso do Dossiê Cayman, obra de ficção sobre fatos verdadeiros que marcaram o governo de Fernando Henrique Cardoso, o PT, que à época disputava a Presidência da República com Lula da Silva, desistiu de comprar os documentos relativos ao imbróglio, mas comemorou o fato de a imprensa ter dado larga divulgação ao assunto. Na ocasião, o jornal “Folha de S. Paulo” e a revista “Veja” foram os veículos que mais atenção deram ao caso do Dossiê Cayman, mas nos dias atuais são considerados pelos petistas como integrantes da mídia golpista. Fora isso, não custa lembrar que José Dirceu, que se diz dono do PT, foi um assíduo frequentador de redações, onde costumeiramente aparecia com misteriosos e anônimos envelopes debaixo do braço.
Fascista convicto e temendo o pior para Dilma Rousseff, o que colocaria as malandragens do atual governo na vitrine, Luiz Inácio da Silva acredita que lhe cabe o direito de julgar a imprensa. Esse tipo de “achismo” repentino é reflexo das pesquisas de opinião, que conferem ao presidente-metalúrgico índices de aprovação tão absurdos quanto duvidosos. O direito de julgar a imprensa cabe à sociedade, ao leitor, não ao presidente. No rastro da soberba que atinge o Palácio do Planalto já há quem defenda a estatização da imprensa brasileira. Ou seja, todos os jornais e revistas seriam reduzidos a pó, abrindo caminho para a criação de um Granma tupiniquim.
O presidente Luiz Inácio pode até não conseguir controlar o seu utópico raciocínio, reforçado pelo viés autoritarista de sua fala, mas daí a querer dar um golpe, começando pela asfixia da imprensa, é demais.

Fonte: UCHO.INFO

PSDB coloca na internet vídeos que ligam Dilma aos 'radicais do PT'

Começou a circular hoje à tarde na internet, em um canal do Youtube, um pacote de comerciais associando a candidata à Presidência Dilma Rousseff à intolerância e ao extremismo dos chamados "radicais do PT".
Os filmes foram encomendados pelo PSDB, que considera ameno o tom adotado pelo marqueteiro Luiz González nos comerciais exibidos no programa eleitoral na TV.
O responsável pelas peças, de 30 segundos cada, é o publicitário Adriano Gehres, que em 2006 trabalhou na campanha vitoriosa de Lula à Presidência contra o tucano Geraldo Alckmin.
Gehres foi um dos autores dos comerciais que associaram Alckmin a privatizações --dizendo que, se eleito, o tucano privatizaria estatais como Banco do Brasil e Petrobras.


Veja Vídeo
Em um dos filmes, um apagador vai eliminando o conteúdo de capas de jornais, enquanto o locutor diz: "PT, o partido que não gosta da imprensa. O partido que em diversas ocasiões tentou calar os jornais. PT, o partido que vira e mexe manda para o Congresso projetos para controlar os órgãos de imprensa [neste ponto um esparadrapo é grudado num gravador]. O PT só não conseguir calar de vez a imprensa [um aparelho de TV é sufocado por um saco plástico] porque Lula não deixou. [fecho:] Será que a Dilma segura o PT?".
Em outra peça, o rosto de Dilma vai se transfigurando até virar o do ex-ministro José Dirceu. O locutor afirma: "Dilma foi escolhida a dedo pelo PT. Por um motivo muito simples: ela vai trazer de volta todos os petistas que foram cassados ou renunciaram. (...) Você pode até escolher a Dilma. Mas quem vai governar é o PT".
Na verdade, Dilma foi escolhida como candidata exclusivamente pelo presidente Lula, sem consulta ao PT --o partido inicialmente resistiu à escolha.
Em outro comercial, uma maquete de Brasília vai sendo pintada de vermelho até ficar totalmente desta cor, que representa o PT.
A narração diz: "O PT persegue os adversários. Usa órgãos federais para perseguir opositores e até mesmo a família dos opositores. O PT quebra sigilo dos que levantam a voz contra o partido. O que o PT quer é transformar Brasília na sede do partido. O Brasil não é do PT. O Brasil é dos brasileiros".
Há ainda uma peça em que um homem caracterizado como Lula segura quatro cães rottweiler raivosos. "Lula fez coisas boas pelo país. A maior delas foi não deixar o PT mandar em seu governo", diz o locutor. De repente os cães escapam, e o texto encerra: "Lula conseguiu segurar. Mas e a Dilma: será que ela vai ter força para segurar o PT?".
Fonte: Folha.com

Roberto Freire compara governo Lula com máfia italiana

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, comparou, nesta quarta-feira, o governo do presidente Lula à máfia italiana. Para o ex-senador e ex-deputado, que concorre a uma vaga na Câmara Federal por São Paulo, a nova denúncia de que a Empresa Brasileira de Comunicação (EBC) teria beneficiado, por meio de “licitação combinada”, uma empresa ligada ao filho do ministro da Secretaria de Comunicação da Presidência, Franklin Martins, é uma demonstração de que a corrupção está enraizada na atual estrutura administrativa.
“É um governo em que é difícil encontrar uma área onde não tenha processo de degradação moral e ética. Onde você aponta tem podridão. O governo todo é um governo da Cosa Nostra”, disse Freire, numa referência a um dos maiores grupos criminosos surgidos na Itália.
O caso de suposta fraude foi denunciado pelo Jornal O Estado de S.Paulo. A reportagem mostra que a Tecnet Comércio e Serviços Ltda. venceu, no penúltimo dia de 2009, a concorrência para cuidar do sistema de arquivos digitais da EBC, um dos grandes projetos do governo. O valor do contrato é de R$ 6 milhões.
O que chama a atenção é o fato de a Tecnet ter em seus quadros funcionais o jornalista Cláudio Martins, filho de Franklin, a quem está diretamente subordinada a EBC, apelidada de TV Lula. Ainda segundo o Estadão, o ministro teria pedido à direção da estatal “prioridade zero” para o assunto, durante o período que antecedeu o processo licitatório. A ordem foi acatada e a suspeita é de “adequação” do edital para facilitar a vitória da Tecnet na disputa.
Em menos de 15 dias, é a segunda denúncia de envolvimento de pessoas do primeiro escalão do governo federal em casos de franco favorecimento a interesses empresariais. Na semana passada, Erenice Guerra foi apeada do cargo de ministra da Casa Civil depois que denúncias apontaram o envolvimento de parentes dela em um grande esquema de tráfico de influência, inclusive, alguns acordos teriam sido realizados sob o teto do Palácio do Planalto.
Inversão de valores
Roberto Freire acrescentou que, assim como em outros episódios de corrupção no governo do PT, as recentes denúncias de tráfico de influência que derrubaram Erenice Guerra do cargo levaram a administração petista a por em curso uma estratégia de tentar inverter valores. O objetivo seria o de colocar os veículos de comunicação como vilões da história por denunciarem as irregularidades e os acusados como vítimas de um complô de jornalistas.
“É um governo do lulo-petismo, daquele que não tem compromisso com a República e ainda reclama da imprensa. Eles queriam o quê? Fazer tudo isso e ninguém noticiar?”, questionou Freire.
Fonte: Portal.PPS

GOLPISMO MIDIÁTICO

EDITORIAL - ZERO HORA (RS) - 22/9/2010
Estimuladas pelo emocionalismo eleitoral e por manifestações sectárias do presidente da República, lideranças sindicais e de movimentos ditos sociais, com o respaldo de partidos governistas, estão anunciando para esta quinta-feira um ato público contra o golpismo midiático. A manifestação, que é legítima na democracia que os brasileiros sensatos defendem para o país, envolve também uma evidente ameaça às liberdades constitucionais, em especial à liberdade de expressão. Quem é a mídia golpista? São os meios de comunicação independentes que estão noticiando irregularidades no governo, apropriação indébita da máquina pública por apadrinhados políticos do poder e por seus familiares, evidenciada no explícito tráfico de influência que provocou recentemente a demissão da ministra-chefe da Casa Civil? A imprensa pode cometer equívocos, como qualquer obra humana, e pode ser criticada por determinada reportagem ou mesmo por alguma posição editorial. Mas deve ter também, como atribuição democrática, a representação da sociedade para ver e denunciar as irregularidades e as distorções do poder público em todas as esferas.
Evidentemente, denúncias como as que vêm sendo publicadas nas últimas semanas podem trazer prejuízo político para quem está no governo e para os candidatos e militantes da chamada situação. Mas este é o preço da democracia. Imprensa digna é a que denuncia e não a que se alinha submissa ao poder, abandonando seu compromisso com os interesses da população. As mesmas vozes que se erguem contra o papel da imprensa nos atuais episódios, a que qualificam de golpista, são as que elogiam quando as denúncias atingem seus adversários políticos. Assim, para esse pensamento sectário e deformado, a imprensa cumpre seu dever quando denuncia o mensalão do DEM, mas é antidemocrática quando descobre o tráfico de influência exercido na Casa Civil da Presidência. O ex-ministro José Dirceu chega ao cúmulo de ver na atitude fiscalizadora da imprensa o pecado de abusar do direito de informar, algo que soa como autoritário. Para corrigir tal pecado, propõe a receita embutida numa frase que eufemisticamente encobre a tentativa de controlar a imprensa livre: A democratização dos meios de comunicação.
O presidente da República, iludido pela sua estrondosa popularidade, corre o risco de manchar sua biografia de democrata ao avalizar tais gestos e ao respaldar o patrulhamento de conotação fascista, patrocinado por lideranças incapazes de conviver com a crítica e com ideias contrárias. O golpismo não está no exercício da liberdade de imprensa, insumo indispensável para qualquer democracia, mas na tentativa de silenciá-la. As frustradas tentativas de impor controles sobre os meios de comunicação, reiteradamente propostas nos últimos anos, recendem ao condenável modismo antidemocrático que vem sendo praticado na Argentina e na Venezuela.

VOLTA A MANIPULAÇÃO DO ´GOLPISMO´

22/9/2010 - EDITORIAL - EDITORIAL - O GLOBO
Assim como garante a liberdade de imprensa e expressão, a Constituição sustenta o direito à reunião prerrogativas democráticas clássicas, restabelecidas pela Carta de 1988. O PT, portanto, faz o que a lei permite ao convocar para amanhã, em São Paulo, um ato contra o golpismo da mídia, ao qual haviam aderido centrais sindicais, CUT à frente, a União Nacional dos Estudantes (UNE) e os partidos aliados PCdoB, PSB e PDT.
Se não contraria qualquer dispositivo legal, a iniciativa do PT, de evidente intuito eleitoreiro, atropela os fatos, não passa de repeteco do truque manipulador usado desde o estouro do escândalo do mensalão, em 2005. Ali começou, com tinturas acadêmicas, fermentada por intelectuais petistas, a tese do golpismo da imprensa independente, usada toda vez que, por dever profissional e ético, ela noticia fatos objetivos que porventura contrariem o projeto de poder lulopetista. Foi assim também no caso dos aloprados; e agora o mesmo mecanismo volta a ser acionado na defenestração do braço direito de Dilma Rousseff na Casa Civil, Erenice Guerra, sucessora da candidata no cargo de ministra.
É desconhecer a função do jornalismo profissional imaginar que o caso de Erenice e de sua grande família não deveria ter destaque no noticiário, em nome de um equivocado tratamento equânime dos candidatos.
Como cada notícia tem peso próprio, impossível não dar destaque às acusações, com provas documentais, da existência de um ninho de lobismo montado na Casa Civil pelo filho da ministra Erenice, Israel. Os desdobramentos do escândalo falam por si sobre a proporção da história: além da ministra, exonerações na Casa Civil e nos Correios.
Mais uma vez a militância desengaveta a ideia de golpismo como forma de jogar areia nos olhos da sociedade, para esconder evidências difíceis de disfarçar. Uma delas é que, se tudo não passa de maquinações da imprensa, por que exonerar a confiável, fiel Erenice e os demais funcionários? Também é preciso muito contorcionismo para dissimular a condição de obedientes correias de transmissão governista das centrais sindicais e UNE, cuja adesão tem rendido nestes quase oito anos de lulismo generosos repasses de dinheiro do contribuinte. As centrais, tornadas entes reconhecidos pelo Estado, dentro do velho modelo varguista que Lula e a CUT tanto criticaram em outros tempos, passaram a recelulopetisber parte do imposto sindical. Já a UNE perdeu o poder de crítica e de mobilização, quando aprendeu o caminho mais curto de acesso a verbas oficiais.
A encenação de amanhã é apenas mais uma prova de como o governo Lula, com o manejo de recursos públicos verbas e vagas , cooptou o sindicalismo, partidos e organizações outrora aguerridas. E com isso a vida política brasileira foi amesquinhada, passou a ser um jogo de cartas marcadas, onde proliferam o fisiologismo, clientelismo e o patrimonialismo os três ismos que resumem um cenário desanimador, no qual o Brasil demonstra ter dificuldades de escapar da sina nacional-populista que voltou a rondar a América Latina.
O golpismo é mais um efeito especial, um adereço de mão neste enredo de fins autoritários, com slogans em prol da democracia, mas cujo objetivo, ao investir contra independência da imprensa, é o oposto.Fonte: clipping.pps

O Brasil não é do PT - O Brasil é dos brasileiros!!

Ainda não é claro qual o modelo?

Há um vídeo circulando pela internet, relativamente recente, provavelmente em algum encontro do Foro de São Paulo ou Foro Social Mundial. Lula e Dilma fazem parte do vídeo mas não se sabe se o evento é o mesmo.
O risco de tratar desse assunto e ser incompreendido é sempre grande. Como o brasileiro comum não tem conhecimento do que seja uma conspiração política, o tema perde a devida importância; normalmente é entendido na chave errada, como simples defesa de interesses e que, afinal de contas, todos devem fazer o mesmo. Mas uma oposição política tem o dever de saber.
Já povos que passaram por experiências políticas advindas de projetos subterrâneos que resultaram em regimes totalitários, como os russos e cubanos, possuem uma perspicácia realmente aguçada para perceber algo do gênero. Farejam as jogadas e movimentos do poder de longe, já possuem o léxico. Preâmbulo necessário: "Lá vem de novo a mesma teoria da conspiração", poderiam afirmar. Não sou eu quem está sugerindo que tudo foi uma conspiração. É o próprio Lula, já presidente da República, quem afirma que agiam em segredo, em 2003, na criação do Grupo de Amigos da Venezuela. Já é assunto bem sabido e documentado no "Discurso do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no ato político de celebração aos 15 anos do Foro de São Paulo São Paulo-SP, 02 de julho de 2005" "E só foi possível graças a uma ação política de companheiros. Não era uma ação política de um Estado com outro Estado, ou de um presidente com outro presidente" e mais adiante "Foi assim que nós pudemos atuar junto a outros países com os nossos companheiros do movimento social, dos partidos daqueles países, do movimento sindical, sempre utilizando a relação construída no Foro de São Paulo para que pudéssemos conversar sem que parecesse e sem que as pessoas entendessem qualquer interferência política". A esfinge do momento histórico brasileiro é Lula. Quando nos subterrâneos dos Foros ele fala de revolução, esquerda, direita reacionária, sepultamento do capitalismo, é o Lula da ação. Quando na inauguração de um poste para candidato fala em lágrimas, alegrias, amor, futuro, é o Lula da esperança. O Lula da esperança é conhecido de todos. Passemos ao Lula do subterrâneo:
“A América Latina já conseguiu produzir uma revolução como a revolução cubana, que não é cubana mas é de todos nós (aplausos)”


Ele sabe que não pode falar isso no programa da Dilma. Ok, eles produziram a revolução cubana. Revoluções não são fáceis de serem produzidas, levam tempo e eles sabem o quanto isso custa em vidas alheias. Lula tinha 15 ou 16 anos nessa época, deve ter tido conhecimento do fato aos 18, 20 mas sente-se historicamente ligado à revolução cubana, que pretende dar continuidade. “Mas eu volto pra casa de Cuba e vou trabalhar em São Paulo no meu escritório e eu começo a ver coisas num país que é a oitava economia mundial que eu não vi em Cuba, que é pobre. Cuba perto do Brasil é muito pobre. Economicamente é pobre, financeiramente é pobre, industrialmente é pobre. O que é que Cuba tem mais do que nós? O povo cubano tem mais dignidade que a maioria dos povos da América Latina. (aplausos)” Essa história é conhecida. Os cubanos a conhecem profundamente. Os agentes do bem começam às vezes como combatentes em nome da dignidade alheia e terminam com perseguições políticas, mandando ao paredão os dissidentes, estabelecendo regime de partido único, como o PT admite desejar utilizando o termo “hegemonia”. Assista ao vídeo do Congresso do PT, produzido para a militância, para se familiarizar um pouco com o linguajar intra-muros. A mensagem parece clara: Fidel Castro trouxe a dignidade ao povo e a ele a devem os cubanos. Percebam que, para Lula, o povo cubano com dignidade é aquele que apóia os Castro. Antes de Castro, não havia dignidade, assim como o Brasil antes de Lula, cantado nos versos:
Meu Brasil novo
Brasil do povo
Que o Lula começou
Vai seguir com a Dilma
Com a nossa força
com o nosso amor
É dignidade partidária, de cabresto, independente da pessoa. Os cubanos que estão nos presídios por divergência de opinião, os jornalistas amordaçados e os milhares de cubanos assassinados ou que abandonaram a ilha por serem perseguidos pelo regime, obviamente não fazem parte dos cubanos dignos. Os indignos devem morrer, em greve de fome ou presos. No los queremos, como afirmou Fidel Castro. Difícil é entender a transmutação de bolsa governamental em dignidade. ‘Hoje tenho dignidade, recebo bolsa família’. É falsa dignidade e ainda mais, dependente do governo, como em Cuba. “Não pensem que eu vou à Cuba buscar modelo, não serve pra nós” Claro que não, em Cuba há praias maravilhosas, dizem. Em outro momento, Lula presidente afirma: “Eu e o Marco Aurélio [N.E. top-top Garcia], sobretudo, temos responsabilidade com a organização da esquerda na América Latina, porque criamos o Foro de São Paulo, e hoje, vários companheiros que assumiram a Presidência, eram companheiros do Foro de São Paulo, que participaram desde os anos 90. Então, como eu conheço toda essa gente, eu vou ficando otimista cada vez que eu vejo que a reunião andou um passo. De passo em passo, termina o meu mandato, vem outra pessoa, vai continuar dando passos, aí nós construiremos uma muralha da China aqui na América Latina.”
Muralha da China? Esse simbolismo isolacionista de “muro”, “muralha” também faz parte da história do século passado. Hummm. E também é de inspiração cubana, a ilha de dignidade. Ora, não é preciso que o modelo seja o mesmo, basta a inspiração. É o modelo mental dos dirigentes e do partido que gera o modelo político, amadurecido com e após a revolução cubana. Nós fizemos a revolução, disse Lula. Os meios são distintos mas o fim normalmente é o mesmo, ditadura de partido único e suas consequências. Ou então qual o motivo de se vangloriar com a revolução cubana? A inteligência política brasileira contrária ao projeto hegemônico petista não conseguiu acompanhar os passos do partido, seus símbolos e sua cultura subterrânea para poder prever os próximos lances, todos eles já cantados. Julgando-os de cima como toscos, vulgares, num péssimo português e brutamontes, foram engolidos. Ficando à reboque das ações do PT, contentando-se com a posição defensiva e de denúncia reiterada, tornou-se terrivelmente previsível ao inimigo político, que quanto mais agia na criminalidade, mais popular se tornava. Não se sabe ainda se a popularidade é advinda de simples ignorância, de pesquisas forjadas ou do senso de proteção que até os bandidos oferecem ao povo inerme. Quando nos anos 1990 o PT denunciava o que queria, ele não fazia apenas isso - como a oposição fez e faz hoje de forma tímida. Ele se articulava nos Foros de São Paulo para o momento do Grande Salto, o da destruição da ordem burguesa. Não digam que foram pegos de surpresa. Vinte anos não são vinte dias, como diria a vizinha patusca de Nelson Rodrigues.

Comentários 
Dom, 05 de setembro de 2010 19:31 (Agapito Costa) Senhor "Excelentissimo Presidente Lula". Por favor responda porque a "Dra Olga Herrera Marcos" foi a primeira mulher a ser fuzilada em Cuba, após Fidel assumir o domínio da ilha ? Será por falta de dignidade ?
Qua, 01 de setembro de 2010 17:04 (Agapito Costa) Senhor presidente Lula,saiba que mesmo antes de se consolidar a lei nº 859 que "Che" Guevara pronunciou em uma conferência na praça Central da Universidade, na qual, depois de expor o seu conceito unilateral, estreito e marxista da univesidade, teve o desplante de dizer: "A história da Universidade de Havana começa agora".Lembramos que o estatuto da Universidade autônomo assumiu "manu militar". A lei nº 917 de 31/12/1960, extingui a inamovibilidade dos professores, funcionários e técnicos das três Universidades de Havana. Na mesma data baixou-se a lei nº 916, que criou o conselho Superior das Universidades, composta de membros do partido comunista. Portanto senhor presidente assuma seu lado comunista e pare de fazer o papel ridiculo.
Qua, 01 de setembro de 2010 10:36 (Agapito Costa) Sabemos que a "Universidade de Havana foi fundada em 1728, e levou José Marti ao excelso conceito "Ser culto é o único modo de ser livre". Em 10 de março de 1952, Fulgêncio Batista voltou a escarnecer do povo cubano. Pergunta-se: Por que este foco de cultura foi barbaramente atacado por Fidel Castro, que nomeou para a "Universidade", o comandante comunista Rolando Cubela para presidente da Federação de Havana ? Presidente Lula, o que o senhor sabe da lei nº 859 baixada em 04 de agosto ? Diga-me por que 75% dos professores da referida Univesidade foram afastados, ou perseguidos ? Sendo o senhor um admirador do povo cubano esta na hora de saber sobre suas histórias.
Ter, 31 de agosto de 2010 10:52 (Agapito Costa) Infelizmente, em 35 as raízes deste flagelo não foram de tudo estripadas como deveriam. Repetimos o mesmo erro em 64.
Persistir no erro é burrice...
A árvore cresceu, os frutos do comunismo estão maduros prontos para serem colhidos. Não podemos repetir os mesmos erros; ou acordamos e vamos á luta, ou vamos sucumbir, por pura e simples covadia. E não digamos que foi falta de aviso.
Muito embora, no fundo dos meus pensamentos, acredito que só com ajuda do"REINO DO ALTÍSSIMO", poderemos reverter este quadro com menos sofrimento para o Brasil.2. Ter, 31 de agosto de 2010 05:07 (Quase ex-brasileiro)Por burrice arrogante, indolência e amor à frivolidade, o "maravilhoso" povo desta taba escolheu o seu destino: a servidão à canalhice.
Ter, 31 de agosto de 2010 01:20 (MACARTHUR) "O pior cego é aquele que não quer ver", já dizia o ditado. Assim está o povo brasileiro nos dias atuais. Cego pela ignorância, cego pelo comodismo e pela conveniência. Acordará apenas quando sentir a barriga roncar de fome, e tiver em mãos o cartão de racionamento de alimentos, ou quando ver seus filhos sendo executados por divergirem das diretrizes do Poder Central. Deus tenha compaixão de nós e que antes que isso ocorra, possa ocorrer algo que impeça a vitória desses canalhas que desejam apenas ver sangue correndo e transformar a vida em um inferno ! O pior de tudo é que nesse momento não há opção de escolha, pois todos os candidatos alinham-se com esse ideal maldito do Comunismo.
Fonte: midiaamais