Intimidade poderosa

A beleza da advogada Christiane Araújo de Oliveira abriu portas de gabinetes poderosos da República. Como ela usou seus poderes é um caso que merece investigação

Na semana passada, VEJA revelou como a máfia integrada por políticos e empresários de Brasília se infiltrou nos mais altos escalões do poder, a ponto de uma lobista do esquema ter solicitado, com sucesso, a interferência do ministro Gilberto Carvalho, atual secretário-geral da Presidência da República, em favor de um promotor ligado à quadrilha. Em carta, Gilberto Carvalho disse que recebeu apenas um pedido de "informações a respeito da indicação" do procuradorgeral do Distrito Federal, que não fez "nenhuma gestão" contra ou a favor de ninguém e, inclusive, que o procurador já "havia sido nomeado" quando a consulta foi feita. VEJA teve acesso às mensagens trocadas entre o ministro e a advogada Christiane Araújo de Oliveira, a lobista que trabalhava com a máfia. Elas mostram que o ministro Gilberto Carvalho, ao contrário do que disse, não só se comprometeu a levar o pedido da lobista ao então presidente Lula como também ficou de informá-la sobre a decisão presidencial.

A primeira mensagem foi enviada ao ministro em 25 de junho de 2008. Nessa época, o presidente Lula tinha recebido uma lista com o nome de três promotores eleitos pelos colegas para ocupar o cargo de procurador-geral. A máfia queria a recondução de Leonardo Bandarra, que já ocupava o cargo havia dois anos e tinha se mostrado eficiente . no trabalho de inviabilizar invesligações sobre a quadrilha. A advogada Christiane, então assessora do delegado Durval Barbosa, o principal operador do chamado mensalão de Brasília, recebeu a missão de acionar um de seus mais influentes amigos para garantir que não haveria surpresas. "Estamos precisando muito do seu apoio ( ... ) para que seja reconduzido o promotor Leonardo Bandarra", escreveu a advogada. Gilberto Carvalho respondeu logo depois, usando o endereço eletrônico do Palácio do Planalto: "Agradeço sua mensagem e me comprometo a levar esta questão ao Presidente Lula. Penso que amanhã mesmo ele vai tomar a decisão e vou te informar".

O secretário-geral estava bem informado. A decisão do presidente, a quem cabe nomear o chefe do Ministério Público de Brasília, foi anunciada dois dias depois. Seguiu-se uma nova troca de mensagens: "Apenas para lhe agradecer sua atenção. Obrigada mesmo! Nós não esqueceremos de estar sempre orando por ti, por toda a sua família e pelo Governo", escreveu Christiane Araújo. Gilberto Carvalho, dessa vez, respondeu . sete dias depois: "Agradeço muito seu . carinho e sua manifestação. Fiquei contente em ver nomeada a pessoa, Dr. Leonardo, que você indicara". Missão cumprida, Cristiane encaminhou a troca de mensagens entre ela e o ministro ao seu chefe, o delegado Durval Barbosa. A polícia apreendeu as cópias da correspondência eletrônica no . cofre -de um empresário ligado à máfia. O que o material fazia lá? Os investigadores não têm dúvidas de que ele era usado para chantagear, só não sabem se o alvo era o procurador, a advogada ou o ministro. Leonardo Bandarra foi afastado após a descoberta de que ele recebia mesada de 150000 reais da máfia brasiliense.

A revelação de um dos trabalhos de Cristiane Araújo provocou alvoroço em Brasília. Muita gente importante conhecia e, principalmente, convivia com a advogada. mas apenas uns poucos sabiam quem era seu verdadeiro patrão. Amiga de ministros e parlamentares, namorada de autoridades, íntima de figuras influentes, ela era peça importantíssima do esquema, devido às excelentes relações que mantinha com petistas. Com a derrocada da máfia brasitiense, a advogada se integrou à campanha presidencial do PT. No novo emprego, Chrístiane foi encarregada de organizar um importante encontro entre a então candidata Dilma Rousseff e lideranças religiosas. O sucesso foi recompensado. Passada a eleição, ela foi indicada para· integrar o governo de transição, mas acabou afastada após a revelação de que também esteve envolvida com a chamada máfia dos sanguessugas. um dos grandes escândalos de desvio de dinheiro público do governo Lula.

A atraente advogada está agora sob os olhares atemos do Ministério Público - que quer descobrir a exata dimensão de suas atividades - e de muitos dos amigos parceiros, que pressionam para que ela se cale. Na semana passada, Christiane não foi encontrada. Seus telefones estavam desligados e seu apartamento permaneceu fechado. Segundo amigos, ela foi aconselhada a se esconder numa fazenda nos arredores de Brasília. Convidada antes a prestar esclarecimentos às autoridades que investigam o escândalo brasiliense. Christiane surpreendeu ao narrar histórias curiosas sobre seus amigos famosos - algumas delas de caráter estritamente pessoal, que não interessavam em nada às investigações. Filha de um pastor de Alagoas que se autodenomina profeta e fundou sua própria igreja, Christiane não para desempregada. Agora mesmo, tornou-se assessora jurídica de um partido da base governista. A bela moça de hábitos refinados, acostumada a roupas e sapatos caros e que, até dias atras era moradora de um dos flats mais caros de Brasília, ainda tem muito a dizer.

Fonte: clippingmp.planejamento

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