Eles querem calar a imprensa, mas não vão conseguir!


O presidente do PT e o silêncio de ouro
É sempre previsível que um petista se entusiasme diante de sua torcida e cometa bravatas retóricas. O calor humano e o alarido da militância ajuda a multiplicar a valentia.
O próprio ex-presidente Lula, sangue, nervos e razão de ser do partido, reconheceu que fazia muito isso quando era oposição. (Quando era governo também, mas isso não foi objeto de suas considerações).
Dias atrás, falando a uma plateia partidária em Embu das Artes, o presidente do partido, ex-jornalista Rui Falcão, foi mais fundo do que já tinha ousado ir na carga de sua brigada ligeira contra a imprensa.
Colocou seu guardanapo ideológico na testa, deixou cair os eufemismos e foi direto ao ponto:
“(a mídia) é um poder que contrasta com o nosso governo desde a subida do (ex-presidente) Lula, e não contrasta só com o projeto político e econômico. Contrasta com o atual preconceito, ao fazer uma campanha fundamentalista como foi a campanha contra a companheira Dilma (nas eleições presidenciais de 2010).”
Em suas intervenções anteriores sobre o tema da regulamentação das comunicações, o presidente do PT sempre tomou o cuidado de ressaltar que se tratava da elaboração do marco regulatório para as comunicações previsto no texto constitucional e que isso não tinha nada a ver com controle de conteúdos.
Ao declarar que a mídia “contrasta” com o projeto político e econômico do governo,e que por isso o governo se preparava para “peitar” (a mídia) como tinha acabado e “peitar os bancos”, o presidente do PT cometeu um ato falho.
Deixou explícito que o partido não admite que a mídia “contraste” o governo. Considerando-se o significado da palavra (comparar,cotejar, ser contra ou opor-se a), Rui Falcão defendeu nada menos que a interdição do debate e da oposição.
Não “contrastar” o projeto político e econômico do governo deveria, portanto, tornar-se uma obrigação. Já vimos isso antes aqui e em outros lugares, não vimos?
Paulo Bernardo, ministro das Comunicações e dos panos quentes, correu a esclarecer que as opiniões do partido não têm nada a ver com as do governo e desautorizou a bravata do presidente de seu partido.
Rui Falcão deve saber disso melhor do que ninguém, mas nem por isso deixou de aproveitar a chance de jogar um pouco de gasolina na fogueira das milícias partidárias virtuais.
Essas milícias estão empenhadas em promover uma campanha de desmoralização da imprensa, para ver se conseguem envolvê-la na mesma lama dos acusados do mensalão, na tentativa de diminuir o impacto do julgamento que se aproxima.
Em vez de negar o crime, o que é uma tarefa difícil, tentam distribuí-lo igualmente entre todos, democratizando a lama.
Além de peitar os bancos, seria saudável se a presidente da República peitasse também o presidente do seu partido e deixasse claro que ela, como a maioria do País, prefere “o barulho da imprensa ao silêncio das ditaduras”.
Nesse caso, o silêncio do presidente do PT seria de ouro. 
Sandro Vaia é jornalista. Foi repórter, redator e editor do Jornal da Tarde, diretor de Redação da revista Afinal, diretor de Informação da Agência Estado e diretor de Redação de “O Estado de S.Paulo”. É autor do livro “A Ilha Roubada”, (editora Barcarolla) sobre a blogueira cubana Yoani Sanchez. E.mail: svaia@uol.com.br

Fonte: blog do NOBLAT

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