PARA INFLAR O PIB, O GOVERNO ESTIMULA A INADIMPLÊNCIA EDITORIAL O ESTADO DE S. PAULO 19/5/2012 O governo parece estimular a inadimplência, é o que se pode concluir de duas medidas em estudo: a primeira, visando a transferir créditos podres da Caixa Econômica Federal (CEF), BNDES e Banco do Nordeste para uma instituição criada pelo Ministério da Fazenda; e a segunda, isentando do IOF os créditos destinados à compra de carros de passeio para reduzir os estoques das montadoras. Foi o governo que estimulou os bancos públicos a aumentar seus empréstimos com menores taxas de juros para forçar os bancos privados a seguirem o exemplo. A CEF foi a mais audaciosa na sua política de expansão dos créditos, quando sua carteira já tinha muitos créditos podres, situação parecida com a do Banco do Nordeste e, num grau menor, do BNDES. Estuda-se agora que o Tesouro Nacional adquira os créditos podres e os repasse para a Empresa de Gestão de Ativos (Emgea), que procuraria recuperar parte da dívida existente. Por exemplo, no caso da CEF, que aumentou seus créditos no 1.º trimestre do ano em 41%, sem muito critério de se enquadrar nas normas de Basileia para voltar a crescer livre das suas operações podres. Situação igual se verifica, embora em grau menor, em outras instituições de crédito públicas. Trata-se de uma solução que obrigará o Tesouro a aumentar sua dívida, sem saber o que pode recuperar por meio da Emgea. Além de ser uma operação desleal com os bancos privados, que não têm a mesma facilidade para limpar suas carteiras - aliás, de melhor qualidade -, ela constitui um estímulo à inadimplência, por causa da facilidade com que os bancos públicos se livram do excesso de créditos podres. Parece que a preocupação do governo com as vendas de carro se inscreve na mesma direção. O crédito para compra de carros foi reduzido diante do aumento da inadimplência no setor, que fazia operações de até cinco anos de prazo. Não nos parece que o corte de IOF será suficiente para convencer os interessados a trocar o seu carro. Estamos diante de um duplo problema: uma saturação do mercado e um forte aumento do endividamento das famílias. A nova classe C adquiriu um carro com sacrifícios, mas não pretende trocá-lo a cada ano. É esta mesma classe que se aproveitou dos incentivos do governo para comprar uma casa. Isso significa uma prestação mensal, por muito anos, que exige a redução de outras despesas, especialmente quando começam a aparecer ameaças de desemprego. Não se entende por que o governo estimula agora maior endividamento.

EDITORIAL - O ESTADO DE S. PAULO - 19/5/2012

O governo parece estimular a inadimplência, é o que se pode concluir de duas medidas em estudo: a primeira, visando a transferir créditos podres da Caixa Econômica Federal (CEF), BNDES e Banco do Nordeste para uma instituição criada pelo Ministério da Fazenda; e a segunda, isentando do IOF os créditos destinados à compra de carros de passeio para reduzir os estoques das montadoras.

Foi o governo que estimulou os bancos públicos a aumentar seus empréstimos com menores taxas de juros para forçar os bancos privados a seguirem o exemplo. A CEF foi a mais audaciosa na sua política de expansão dos créditos, quando sua carteira já tinha muitos créditos podres, situação parecida com a do Banco do Nordeste e, num grau menor, do BNDES.

Estuda-se agora que o Tesouro Nacional adquira os créditos podres e os repasse para a Empresa de Gestão de Ativos (Emgea), que procuraria recuperar parte da dívida existente. Por exemplo, no caso da CEF, que aumentou seus créditos no 1.º trimestre do ano em 41%, sem muito critério de se enquadrar nas normas de Basileia para voltar a crescer livre das suas operações podres. Situação igual se verifica, embora em grau menor, em outras instituições de crédito públicas.

Trata-se de uma solução que obrigará o Tesouro a aumentar sua dívida, sem saber o que pode recuperar por meio da Emgea. Além de ser uma operação desleal com os bancos privados, que não têm a mesma facilidade para limpar suas carteiras - aliás, de melhor qualidade -, ela constitui um estímulo à inadimplência, por causa da facilidade com que os bancos públicos se livram do excesso de créditos podres.

Parece que a preocupação do governo com as vendas de carro se inscreve na mesma direção. O crédito para compra de carros foi reduzido diante do aumento da inadimplência no setor, que fazia operações de até cinco anos de prazo. Não nos parece que o corte de IOF será suficiente para convencer os interessados a trocar o seu carro. Estamos diante de um duplo problema: uma saturação do mercado e um forte aumento do endividamento das famílias.

A nova classe C adquiriu um carro com sacrifícios, mas não pretende trocá-lo a cada ano. É esta mesma classe que se aproveitou dos incentivos do governo para comprar uma casa. Isso significa uma prestação mensal, por muito anos, que exige a redução de outras despesas, especialmente quando começam a aparecer ameaças de desemprego. Não se entende por que o governo estimula agora maior endividamento.

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