Chamado à razão

Muitos amigos meus, ex-ce-len-tes católicos, diga-se, estão incorrendo em um equívoco muito sério. Estão colocando um critério só para votar ou não: se a pessoa tem um histórico pró-vida ou o contrário. Isso seria fator decisivo realmente caso não houvessem outras coisas - muito maiores - em jogo.
Vários falam que não votarão no Serra quanto na Dilma pelos dois serem abortistas (ela por defender a legalização do aborto e ele por ter assinado a norma técnica atual em relação ao assunto) e que isso encerraria a questão. Ah, se o problema fosse somente esse! Seria bom. A questão é que tem coisas bemmmm maiores envolvendo essa eleição que muitos parecem não ver.
Como disse o prof. Ivanaldo, um dos melhores intelectuais católicos desse Brasil hoje, a questão maior é que se ela vencer essa eleição, teremos dado um passo imenso para o Brasil caminhar para uma ditadura socialista:
Não podemos repetir a experiência da Venezuela. Neste país todos achavam que Hugo Chávez era apenas uma "chuva", algo passageiro, mas ele veio para ficar. E estar no poder a mais de 10 anos e está destruindo a identidade católica da Venezuela. A esquerda quer fazer a mesma coisa. Primeiro Lula, depois Dilma e depois ditadura socialista. (O perigo da eleição de Dilma Roussef)
Como diz ele no texto em voga, a questão é muito mais do que Serra x Dilma. A questão aí é evitar que o Brasil enverede pelo caminho da Venezuela. A "retirada" do programa original do PT no Tribunal Superior Eleitoral foi mero disfarce por ter "pego mal" na mídia quando vazou o conteúdo. Eles fizeram a troca de fachada. Aquilo é parte do PROGRAMA do PT! Ou seja, ganhando, ela está comprometida com aquelas coisas. Não duvide: o PT está irremediavelmente comprometido com implantar uma república socialista no Brasil. Aliás, o Chavez já disse ser ela sua candidata.
Ao contrário, o PSDB não é estatutariamente a favor do aborto. Isso muda muito as coisas. Além do que, há vários bons católicos sérios na assessoria do Serra. Já não se pode falar isso da Dilma. Já que quem tenta ser católico coerente no PT é expulso, como recentemente 2 deputados pró-vida foram expulsos de lá por se recusarem a votar em favor do aborto.
A Igreja tem sofrido horrores em países comunistas/socialistas. Cuba, Venezuela, China... Ler um pouco do sofrimento e da perseguição imposta a esses irmãos nossos talvez dê uma dimensão do que falo, pois caso ela for eleita, veremos o mesmo filme aqui. Não achem que a Dilma dominará os radicais do PT como o Lula fez. Não! O Lula não depende do PT, ao contrário: o PT depende dele. Já ela, seria somente uma fachada para os radicais governarem. Em SP já vimos esse filme com a Erundina e creiam, foi desastroso.
Não só eu enxergo além, da maneira como falo aqui, mas muitos sacerdotes, seminaristas, pessoas católicas e piedosas, das quais eu conheço a fé e fidelidade à Igreja. E por causa disso, sabemos que se fosse somente a questão da vida/aborto a pesar nessa eleição, seria muito simples. Mas não é. É mais complexo e exige que tenhamos consciência de que se não ajudarmos a deter essa terrorista, seremos cumplices dos males que vierem com a ditadura - que virá se o PT continuar lá! - e das perseguições.
Sermões falando a verdade (como ouvi nesse domingo e na semana passada), doa a quem doer, serão crime passível de prisão e tortura. Aliás, o PT já nesse governo deu um aperitivo disso, vide o PLC 122/06, de autoria de um... petista! E emcampado in-con-di-cio-nal-men-te pelo governo! Viveremos uma ditadura, onde pregar a verdade católica será crime. A vida? Ah, isso - infelizmente - será um mero detalhe, afinal, eles não só atentarão contra a vida, mas contra a liberdade de expressão, a família, a propriedade privada, etc. A Igreja que enfie a viola dela no saco, dirão. Falarão com todas as letras (como Chavez falou recentemente ao arcebispo de Caracas) que somos representantes do imperialismo e que não deveriamos ter voz.
Eu vejo - portanto - claramente aí uma gradação. Muito mais do que atentar contra a vida, o PT com Dilma Roussef atentará contra todos os dreitos - dados por Deus - a nós! Não contra UM, mas TODOS! Percebem a diferença? Fora o compromisso do Serra em não mexer na questão. Um amigo no twitter perguntou se ele vetaria, caso o congresso mandasse uma lei legalizando o aborto. Oras. Santa inocencia, Batman. Qualquer um que não for um cristão daqueles, de fibra mesmo, não vetaria. Para ter essa fibra moral, tem que se cristão dos bons, não um cristão desleixado. Mas isso - infelizmente - não temos no cenário político ainda. Em breve, com o crescimento do Movimento Franco Montoro, poderemos ter bons políticos católicos (vejas todas as fotos aqui e outro relato da fundação em SP aqui). Mas não é algo a aparecer do dia pra noite. Só que não é por isso que podemos deixar qualquer um ganhar, sob o argumento de que é tudo igual. Não é!! É comparar um democrata a uma terrorista (o passado dela prova isso). E outra coisa: infelizmente, na política, nem sempre fazemos o que queremos.
Vou dar um paralelo com uma situação eclesiástica que muitos católicos conhecem. Quem frequenta esse blog sabe que sou ligada à liturgia tradicional e que frequento a missa com padres da Adm. Apostólica S. João Vianney em SP. Oras, só Deus sabe o quanto eu já ouvi de calúnias a Dom Fernando Rifan, por ele não ser "curto e grosso" e não cortar relações com muitos clérigos (não tãão recomendáveis) Brasil - e mundo - afora. Acham que ele devia se separar, pra mostrar que é diferente e tal, que ele deveria confrontar Deus e o mundo na CNBB. Mas... como pessoa sábia e prudente, ele sabe que não é no cacetete que conseguimos as coisas, mas com política, com jeitinho, sabe? E muitas vezes, você tem que ceder em coisas até importantes para você no momento, mas em prol de um objetivo bem maior na frente. Com isso ele tem quebrado muitas resistencias e vemos a missa tradicional passar a ser mais bem recebida em lugares que até então nem se sonhava (Rio e Vitória estão prestes a ter a missa semanalmente, segundo informações).
Mas, saindo do campo eclesiástico, podemos ver no exemplo de D. Rifan, que muitas vezes precisamos abrir mão de alguma coisa, para lá na frente a termos de modo mais pleno nas nossas mãos. Por isso, será muito temerário no contexto atual reduzir a coisa a um debate pró/contra o aborto. Eu sou irredutivelmente pró-vida, mas sei ver que ou alijamos o PT agora, ou será tarde demais e pagaremos com nossas liberdades - e quiçá com a vida - se não agirmos rápido para impedir a tomada do poder por essa corja.
De uma ditadura socialista, libera nos Domine.
Postado por Juliana R. Lima  26 de julho de 2010 às 02:22

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