Projeto em marcha

Quando Fernando Collor de Mello, agora aliado do governo Lula, inaugurou seu calvário político, o PT contou com a imprensa para apear do cargo o presidente que durante a campanha prometeu caçar os marajás. E os veículos de comunicação foram decisivos ao espalhar pelo país imagens e notícias sobre o movimento que ficou conhecido como “Caras Pintadas”. O sucesso da operação levou ao êxtase a esquerda verde-loura, que endeusou jornalistas e donos de jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão.
Na opinião dos que agora tentam transformar o Brasil em uma versão continental de Cuba, a imprensa agiu corretamente ao ser implacável com Paulo Salim Maluf, cuja biografia fala por si só. E os petistas aplaudiram a imprensa, porque à época o pensamento reinante era que a mídia deveria, sim, denunciar as transgressões dos governantes.
Quando a tese da reeleição passou a circular nos meios políticos, os petistas, liderados por Lula da Silva, utilizaram a mídia para criticar com veemência o que eles classificaram como golpe.
No caso do Dossiê Cayman, obra de ficção sobre fatos verdadeiros que marcaram o governo de Fernando Henrique Cardoso, o PT, que à época disputava a Presidência da República com Lula da Silva, desistiu de comprar os documentos relativos ao imbróglio, mas comemorou o fato de a imprensa ter dado larga divulgação ao assunto. Na ocasião, o jornal “Folha de S. Paulo” e a revista “Veja” foram os veículos que mais atenção deram ao caso do Dossiê Cayman, mas nos dias atuais são considerados pelos petistas como integrantes da mídia golpista. Fora isso, não custa lembrar que José Dirceu, que se diz dono do PT, foi um assíduo frequentador de redações, onde costumeiramente aparecia com misteriosos e anônimos envelopes debaixo do braço.
Fascista convicto e temendo o pior para Dilma Rousseff, o que colocaria as malandragens do atual governo na vitrine, Luiz Inácio da Silva acredita que lhe cabe o direito de julgar a imprensa. Esse tipo de “achismo” repentino é reflexo das pesquisas de opinião, que conferem ao presidente-metalúrgico índices de aprovação tão absurdos quanto duvidosos. O direito de julgar a imprensa cabe à sociedade, ao leitor, não ao presidente. No rastro da soberba que atinge o Palácio do Planalto já há quem defenda a estatização da imprensa brasileira. Ou seja, todos os jornais e revistas seriam reduzidos a pó, abrindo caminho para a criação de um Granma tupiniquim.
O presidente Luiz Inácio pode até não conseguir controlar o seu utópico raciocínio, reforçado pelo viés autoritarista de sua fala, mas daí a querer dar um golpe, começando pela asfixia da imprensa, é demais.
Fonte: UCHO.INFO
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