Novas denúncias de pagamento de propina na Casa Civil

18/09/2010 13h42 - Atualizado em 18/09/2010 18h04
Funcionários teriam recebido R$ 200 mil em compra de Tamiflu, diz revista.
Reportagem diz que Erenice beneficiou marido em concessão para celular.
Reportagem da edição deste final de semana da revista "Veja" traz novas denúncias sobre um suposto esquema de cobrança de propinas na Casa Civil.
Segundo a revista, funcionários da Casa Civil teriam recebido pacotes de dinheiro, contendo R$ 200 mil, supostamente pela intermediação de um contrato de R$ 34,7 milhões para a compra emergencial do medicamento Tamiflu, usado no tratamento da gripe H1N1.
A reportagem denuncia a existência de um suposto "balcão de negócios" na Casa Civil e de contratos feitos sem licitação envolvendo parentes da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
Segundo a revista, o filho de Erenice, Israel Guerra, teria cobrado R$ 40 mil de propina do piloto de motocross Flávio Corsini, de Brasília, em troca da liberação de um patrocínio de R$ 200 mil da Eletrobras.
Na última quinta-feira (16), as denúncias reveladas pela imprensa desde a semana anterior levaram à demissão de Erenice Guerra do cargo.
Na edição deste final de semana, a revista "Veja" cita ainda caso envolvendo a empresa Unicel, dirigida pelo marido de Erenice, o engenheiro elétrico José Roberto Camargo Campos, que em 2005 teria obtido concessão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para operar telefonia celular em São Paulo.
A decisão de incluir a empresa no mercado, segundo a reportagem, teria sido tomada pelo presidente da Anatel, Elifas Gurgel, apesar de contestada por técnicos da agência por suposta falta de capacidade técnica da empresa do marido de Erenice para atuar no mercado.
A revista acusa Erenice de ter feito pressão para que os técnicos modificassem pareceres para aprovar a empresa do marido, e de ter usado sua influência para reduzir a taxa de entrada cobrada nos contratos de concessão de 10% para 1%.
Ainda de acordo com a revista, o negócio teria como alvo o Plano Nacional de Banda Larga (PNBL), que tem como dirigente do Comitê Gestor o assessor da Presidência Gabriel Boavista Laender, que trabalhou por oito anos na Unicel e teria sido indicado ao cargo pelo marido de Erenice.
Casa Civil diz que denúncias serão enviadas à PF
A Casa Civil informou, por meio de sua assessoria, que todas as denúncias veiculadas pela imprensa serão enviadas ao Ministério da Justiça para apuração em investigação já iniciada pela Polícia Federal.
A pasta também informou que irá encaminhar a reportagem de "Veja" à Comissão de Sindicância criada nesta sexta-feira (17), caso haja indício de envolvimento de servidores públicos da pasta.
A assessoria de imprensa da Anatel disse ao G1 que a agência não deve se pronunciar oficialmente pelo menos até o início da semana. "Os dois processos citados na revista são públicos, estão à disposição de análise. Verificamos que eles não contêm nenhuma irregularidade, então por agora a Anatel não vai emitir qualquer nota sobre o assunto", informou a assessoria.
O G1 procurou também as assessorias da Eletrobras e aguarda resposta. O advogado de Israel Guerra, Eduardo Ferrão, afirmou que não poderia se manifestar por desconhecer as novas denúncias. A ex-ministra Erenice Guerra e o marido, José Roberto Camargo Campos, não foram localizados pela reportagem.
Fonte: G1
  
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 O socialismo é a filosofia do fracasso, a crença na ignorância, a pregação da inveja. Seu defeito inerente é a distribuição igualitária da miséria. Churchill

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